quarta-feira, 28 de março de 2007

paisagem sem voz



a tua sombra recorta
no lado do mar o sol !
espaço é o teu desejo
acompanhado e só

místicos caminhos
vestem teus olhos
de linho branco
consentes e deus abençoa
nos campos o vizir do sonho

foste junco a oriente
rosas bravas de Pessanha
ao longe barcos de flores…

em todos navegaste a alma
deixaste âncora

resta-nos o murmúrio
nocturno da memória
lágrimas
que ensinaste a enxugar
sem mais podermos
escutar seu som !

pelo coração e pelos lábios
somos os mesmos
desdobrados em versos…
paisagem do ocaso
onde o sol agora vai
anoitecer os deuses calados
à espera da sede do amor perdido…

H.Levy

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